O dilema de Adelson

O dilema de AdelsonAdelson é reconhecidamente um bom treinador. Conhece o ser humano como poucos, mas parece evidente que deixou de ser ele mesmo. Algo mais que os resultados deve estar a incomodá-lo. Adelson sempre foi uma mistura de explosão e companheirismo. Hoje não é nem uma coisa, nem outra.  Não parece que o problema sejam os jogadores; estes tem se dedicado bastante, ou ao menos a imensa maioria. Um ou outro problema em um elenco de trinta homens é normal. Pode ser que seja algo alheio a sua propria esfera de decisão, mas Adelson não pode esperar.

A responsabilidade pelos resultados recai primeiro sobre ele. Depois as pessoas vão pensar em jogadores e, por último, nos dirigentes. O mais correto seria que os dirigentes adotassem as medidas necessárias a proteger o treinador, já tão desgastado pelos últimos resultados. Adotar as medidas necessárias não significa medidas extremas, desproporcionais ao momento. Medidas necessárias são aquelas adotadas com calma, serenidade e no tempo adequado e, se for o caso, com a anuência dos líderes do grupo. Adotar as medidas necessárias significa, acima de tudo, não abandoná-lo à própria sorte nesses momentos tão difíceis, fazer-se presente nos treinamentos, obrigar que cada um cumpra a sua parte nos contratos firmados com o Ceilândia, não apenas o treinador.

Não é hora para amiguinhos. É hora de profissionalismo. O processo todo reflete uma linha de montagem em que cada um possui responsabilidades. Cada um intervém no tempo certo, nem antes, nem depois. O produto final reflete ou não a harmonia da linha de montagem. Se alguém perder o tempo, o produto final será prejudicado.

Dentro de campo, bem, dentro de campo Adelson já mostrou que sabe fazer e os jogadores também.

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