Beni na apresentação em 2016: críticas profundas ao futebol do DF

Beni Monteiro faleceu: a família alvinegra chora a sua perda

Em janeiro, Beni assistiu o jogo contra a Anapolina ao lado de Vilson (Gama) e Almir de Almeida
Em janeiro, Beni assistiu o jogo contra a Anapolina ao lado de Vilson (Gama) e Almir de Almeida

A cidade de Ceilândia acordou ainda atônita com a notícia da morte de Beni Monteiro, ex-presidente do Ceilândia Esporte Clube.
José Beni Monteiro Oliveira era uma pessoa no mínimo controvertida, mas os seus feitos no campo futebolístico são inegáveis.

Em 2001, ainda com cabelos pretos, Beni pegava na enxada para arrumar o então esburacado Abadião
Em 2001, ainda com cabelos pretos, Beni pegava na enxada para arrumar o então esburacado Abadião

A história de Beni Monteiro e do Ceilândia Esporte Clube se cruzam em 1996. Naquele ano, por uma série de razões, o Ceilândia foi abandonado e abandonou o campeonato candango no meio da competição. Em campo, o time foi apelidado de faz-me-rir, nem tanto pelo elenco, mas pelos resultados obtidos em campo, fruto da total desorganização dentro e fora de campo.

Beni deixa uma lacuna no futebol local
Beni deixa uma lacuna no futebol local

Beni Monteiro e os Almeida assumiram o Ceilândia Esporte Clube. Dois anos depois, em 1998, o CEC, que quase fechara as portas, voltava à primeira divisão, colecionando títulos nas categorias de base.
Foram anos difíceis. Beni Monteiro gostava de fazer política no futebol, os Almeida gostavam de fazer futebol. A junção entre as duas faces do modelo brasileiro de fazer futebol demorou para dar resultado.

Beni volta a comandar o futebol do Ceilândia
Beni deixou a presidência, mas se fazia ouvir com suas opiniões fortes

Sem recursos, o Ceilândia EC foi entregue, em 2004, nas mãos de Sergio Lisboa, o Serjão. Naquela época o Ceilândia já se firmara como uma força do futebol local. Serjão deu uma upgrade no Ceilândia, colocando-o no cenário nacional.
Anos depois, Serjão e Beni entraram em rota de colisão e Beni e os Almeida retomaram o comando do futebol do Ceilândia. Dois anos depois o Ceilândia sagrou-se campeão do DF.

Beni na apresentação em 2016: críticas profundas ao futebol do DF
Beni na apresentação em 2016: críticas profundas ao futebol do DF

Agora, vinte anos depois o Ceilândia Ec vive um momento diferente. É uma das forças do futebol local.

A perda de Beni é inestimável por várias razões: as dificuldades do dia-a-dia permanecem. Beni reconhecia que fazer futebol no DF é humanamente impossível. Já não havia mais paixão em suas palavras, mas apenas a expressão da mais dura realidade.

Beni era capaz de entender e falar a linguagem do modelo de organização do futebol brasileiro e por isso fará falta, muita falta.
A missão de Beni está concluída. Fica o agradecimento e um sentimento desconfortável da perda, uma enorme lacuna que dificilmente será preenchida.