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Marquinhos: “Falta ser campeão com o Ceilândia!”

Marquinhos em jogo da seleção do DF e Flamengo em 1983
Marquinhos em jogo da seleção do DF e Flamengo em 1983

Marquinhos Bahia é o atleta mais bem sucedido, dentre aqueles que já vestiram a camisa do Ceilândia. Inteligente, articulado e observador, Marquinhos construiu uma história de sucesso desde que foi revelado pelo time do Ceilândia em 1981. No auge de sua carreira, Marquinhos foi campeão por onde passou. Fez parte do brilhante time do Bahia que foi campeão brasileiro de 1988. Naquele time, Marquinhos era uma das peças essenciais ao lado de Bobô e Charles. O corpo franzino não o impediu de marcar os seus gols. Foi artilheiro do campeonato baiano em 1990 e até mesmo do campeonato metropolitano de 1998.

Com o Bahia e treinado por Evaristo de Macedo, Marquinhos foi campeão brasileiro após passar pelo Fluminense, na semi-final, e Internacional, na final, com resultados iguais: empate em 0 x 0 fora de casa e vitória por 2 x 1 na Fonte Nova. A epopéia do tricolor baiano (29 jogos, 13 vitórias, 4 vitórias nos pênaltis, 4 empates, 5 derrotas e 3 derrotas nos pênaltis, 33 gols pró e 23 gols contra) é saudosamente lembrada pela torcida do Baêa.

O sucesso no Bahia o levou ao Cruzeiro, juntamente com o centroavante Charles que chegou a ser chamado para a seleção brasileira e apontado por Maradona como um dos maiores craques da época.

No Cruzeiro, Marquinhos foi peça importante no time que foi campeão da Supercopa dos Campeões da Libertadores da América. Essa competição reunia a nata do futebol sulamericano. Na primeira fase o Cruzeiro enfrentou o Colo Colo. Empate nas duas partidas e decisão nos penaltis em Santiago do Chile. Escalado por Enio Andrade, Marquinhos jogou as duas partidas.

Agachados a partir da esquerda: Marquinhos, Bobô e Charles. Bahia campeão brasileiro de 1988
Agachados a partir da esquerda: Marquinhos, Bobô e Charles. Bahia campeão brasileiro de 1988

Na fase de oitavas de final o Cruzeiro enfrentou uma verdadeira guerra contra o então poderoso Nacional do Uruguai. Na primeira partida, o Cruzeiro venceu por 4 x 0 no Mineirão. Na segunda partida, em Montevideo, o Cruzeiro e Marquinhos enfrentaram a violência uruguaia e a conivência da arbitragem. Socos, cotoveladas, penalti duvidoso e mesmo assim, com Marquinhos em campo, o Cruzeiro se classificou por pouco. O Nacional venceu por 3 x 0.

Na semi-final o Cruzeiro enfrentou outro grande da época, o Olímpia do Paraguai. Dois jogos duros, dois empates e a vaga na semi-final foi decidida nos pênaltis. Na primeira partida, em Belo Horizonte, empate em 1 x 1. O gol do Cruzeiro foi marcado por ele, Marquinhos. A segunda partida terminou sem gols e o técnico Enio Andrade trocou Marquinhos por Andrade. O Cruzeiro se classificou para pegar o River Plate da Argentina na grande final.

Marquinhos em ação na Supercopa diante do Colo Colo: Cruzeiro campeão
Marquinhos em ação na Supercopa diante do Colo Colo: Cruzeiro campeão

A primeira partida foi Buenos Aires, Argentina. O River Plate era dirigido por Daniel Passarella e tinha jogadores da seleção argentina e paraguaia como Comizzo, Higuain, Gordillo, Rivarola, Astrada, Hernan Diaz, Sergio Berti, Ramon Diaz e Ramon Medina Bello… um timão! Marquinhos foi preterido por Andrade em Buenos Aires e o River Plate venceu por 2 x 0 (gols de Rivarola –  de pênalti –  e Higuain). Na partida decisiva, no Mineirão, o Cruzeiro precisava vencer por 3 gols de diferença. Com Marquinhos em campo, não deu outra: Cruzeiro 3 x 0 River Plate.

Perguntado sobre qual resultado lhe deu mais prazer, Marquinhos, com um sorriso no rosto, respondeu: ser campeão brasileiro com o Bahia foi fantástico!