Ceilândia não se confunde com Brasília e esse é um erro comum por parte de quem vive em outros Estados. As notícias publicadas lá fora enfatizam que a Região Integrada de Desenvolvimento do DF supera Curitiba como o maior ìndice de Desenvolvimento Humano do país entre as regiões pesquisadas.
O Distrito Federal é responsável por apenas 11 dos 594 parlamentares. Não obstante, Brasília é comumente culpada pela irresponsabilidade dos políticos talvez porque apareça ao mundo como uma cidade rica. Ceilândia faz parte do Distrito Federal, mas, ao lado do Recanto das Emas, Samambaia, São Sebastião e Estrutural, está longe de ter um IDH de primeiro mundo.
Ceilândia é essencialmente uma cidade dormitório. Sob certa perspectiva, os nossos governantes sempre lutaram para que Ceilândia mantivesse esse péssimo status, de repositório de mão de obra, sem vida econômica, social, cultural ou esportiva própria. Conserva muito disso, mas já começa a dispor, ao menos, de um comércio local forte.
Os novos cálculos de Índice de Desenvolvimento Humano recentemente divulgados não trazem boas notícias. O índice de desenvolvimento humano – educação coloca Ceilândia quase um ponto atrás do Gama e atrás de Samambaia.
Cotidiano: em frente da escola
Em termos de IDH é impossível comparar Ceilândia com Gama, por exemplo, que possui um índice de desenvolvimento muito, muito melhor. Na última aferição, o IDH-M (índice de desenvolvimento humano) de Ceilândia só fica à frente de Samambaia, Recanto das Emas, Planaltina e Brazlândia.
No quesito educação, o IDH-E de Ceilândia é um dos piores, sendo ultrapassado pelo IDH-E de Samambaia. No quesito renda, Ceilândia até melhora um pouco, mas ainda está longe de Riacho Fundo.
Fruto da violência cotidiano, a expectativa de vida do Ceilandense é uma das piores do Distrito Federal, mas ainda assim melhorou consideravelmente nos últimos anos,
Somadas todas as variáveis, o IDH-M de Ceilândia é um dos piores do Distrito Federal. Esquecida por tudo e por todos, a população da cidade sofre com a violência e com o abandono.
Em meio a tudo isso, a cidade existe e ensaia uma resistência com grupos que cantam a cidade. Na música do Viela 17, Ceilândia resiste.
A Casa do Cantador já foi uma dos mais prestigiados locais da expressão da cultura nordestina, maior parte dos migrantes do DF e que encontram refúgio em Ceilândia
Há diversos movimentos culturais, mas sem qualquer política de incentivo. A cidade foi invadida nos últimos anos por eventos realizados por cantores sertanejos de outras cidades, sem qualquer vínculo com a identidade da cidade ou sem o menor compromisso de fortalecer a cultura de Ceilândia.
O dia-a-dia da cidade é o de uma cidade que corre para trabalhar.
Sem opções, cinema, teatros, ginásios esportivos… Ceilândia somente aos 40 anos vê construído o seu primeiro ginásio público e shopping.
Enquanto isso, a cidade cresce invadindo área de relevante interesse ecológico… moradia a qualquer custo.
Nem tudo é má notícia: parte da população é atendida pelo metrô, que passa ao lado do Estádio Regional.
O Estádio Regional de Ceilândia deve passar por mudanças em breve: mudanças previstas não agradaram às pessoas ouvidas pelo SiteCEC.