Já se vão 26 anos e 7 meses desde aquele 5 de novembro de 1998, quando Adelson, ainda pouco mais que um adolescente, assumiu interinamente o Ceilândia naquele empate em 1×1 diante do Atlântida, hoje Brasiliense, em jogo válido pela Segunda Divisão do Campeonato Candango. O técnico do Ceilândia era o hoje presidente, Ari de Almeida, que se encontrava suspenso.
Adelson dirigiria o time em mais 2 jogos naquele ano de 1998: empate em 0x0 diante do Samambaia e vitória por 1 x 0 diante do Alexaniense. Naquele ano, o Ceilândia se consagraria campeão da segunda divisão e voltaria à primeira divisão em 1999.
Adelson Voltaria a treinar o time em 2001. A primeira partida oficial, na Primeira Divisão, foi no Augustinho Lima: derrota por 2 x 1. Eram tempos difíceis: faltava tudo, jogadores trabalhavam à noite e treinaram um período pela manhã. No time, muitos dos campeões juvenis de 1998, com Adelson. Nunca faltou uma coisa a Adelson de Almeida. O seu senso de profissionalismo. Era exigente nos mínimos detalhes e com isso deitava os alicerces do que seria construído em seguida.
A primeira vitória de Adelson de Almeida dirigindo o Ceilândia veio depois de 4 derrotas e 1 empate, na sexta partida. Até então, o Ceilândia não jogara em casa. Para jogar, foi necessário fazer uma vaquinha para comprar grama batatais e não as gramas modernas de hoje.
Para plantar a grama e dar um ar minimamente apresentável, sem dinheiro, a solução foi plantar a grama ele próprio, mais o eterno presidente Beni Monteiro, e mais alguns amigos.
Deu certo! Na estreia em casa, o time de operários enfrentou o Brasiliense e venceu por 1 x 0, gol de Cassius. Engatou uma sequencia de resultados positivos e livrou-se do rebaixamento com antecedência.
Adelson dirigiu o Ceilândia até 1 de março de 2003 na vitória por 4×3 diante do Unaí (Bilzão (2), Serginho Brasília e Boni. Fabiano fez os 3 gols do Unaí).
Adelson iria para o Brasiliense, onde ficou de 2004 a 2009 quando conquistou todos os campeonatos de juniores desse período. Voltaria em 2010 para ser campeão do DF.
Adelson voltaria ao profissional do Ceilândia em 2010 e trouxe Badhuga na mochila. Ambos viriam agora para fazer história com a camisa do Ceilândia, mas na estreia o Gato Preto foi derrotado em casa pelo Gama por 3 x 0 (Thiago Silva, Edicarlos e Kabrine fizeram. Kabrine viria a ser campeão candango pelo Ceilândia com Adelson).
O Ceilândia voltaria a ser campeão candango em 2012, com Adelson novamente.
O time envelheceu e Adelson sabia que era hora de reconstruir o time em torno de Dimba, Cassius e Allan Dellon. Esse time veio em 2016 e 2017, mas o Gato Preto de Adelson foi derrotado nas finais para Luziânia e Brasiliense.
Em 2019 Adelson resolveu dar um tempo do Ceilândia e do futebol. Já demonstrava, como hoje, desgastado com o cargo de treinador. O Ceilândia foi mal em 2019 e 2020. O comandante voltou em 2021 e levou o Ceilândia a mais uma final e novamente foi vice. Em 2022, Adelson e o Ceilândia foram novamente vice, ambas diante do Brasiliense.
O grande mérito de Adelson de Almeida foi sempre de fazer muito com tão pouco. Se levarmos em consideração o nível de investimento do Ceilândia, os números se destacam.
O Ceilândia tem números inferiores apenas aos números do Brasiliense que foi 5 vezes campeão de 2010 para cá. A diferença é que Adelson tirou 2 anos sabáticos em 2019 e 2020 (Gama foi campeão nesses anos).
Para quem afirma que Adelson privilegia a defesa, os números provam diferente: de 2010 para 2024, excluídos 2019 e 2020, anos que Adelson ficou de fora, o Ceilândia tem o segundo melhor ataque (247 gols contra 285 do Brasiliense). São 1,5 gols por partida contra 1,7 do Brasiliense e 1,37 do Gama. A defesa, no período, teve média de 0,93 gols sofridos por jogo, contra 0,98 do Gama e 0,74 do Brasiliense.
Adelson também tem uma grande história na Série D. Em 2012, o Ceilândia precisava passar pela Friburguense para decidir a vaga contra o CRAC, mas ficou por aí. Em 2017 e 2024 de novo o Ceilândia ficou no último adversário antes da disputa direta de vaga: Fluminense de Feira e Caxias, ambas nos pênaltis.
Quis o destino que também nos pênaltis o Ceilândia conquistasse o tricampeonato. O tri de Adelson e de Badhuga, façanha que começou em 2010.
O resto é história! Contando apenas jogos oficiais são 330 jogos dirigindo o Ceilândia.
São 140 vitórias, 101 empates e 89 derrotas, com 472 gols marcados e 347 sofridos.
Com Adelson o Ceilândia foi campeão em 2010, 2012 e 2024 e vice-campeão em 2016, 2017, 2021 e 2022. São 7 finais e uma trajetória fantástica.
Como a torcida canta: lalalá, lalalá… é o maior treinador do Brasil. Adelson fará falta…