O Ceilândia parece não ter compreendido o que é um jogo de Série D do Campeonato Brasileiro. Por isso mesmo, perdeu para a Aparecidense na tarde deste sábado, jogo válido pela segunda rodada do grupo A10.
A Série D não é um campeonato qualquer. Com os principais árbitros envolvidos nas principais divisões, o time que pensa em subir para a Série C há de ter em mente que a arbitragem é sempre um problema a ser considerado.
Minimizar riscos importa também não cometer erros graves durante o jogo: não permitir que a arbitragem influencie no resultado e não cometer erros individuais decisivos. O Ceilândia permitiu os dois.
O jogo, em linhas gerais, foi muito igual. Na prática, dos cinco gols marcados, apenas um foi resultado da construção das equipes, o segundo gol do Ceilândia. Nos demais, o acaso desempenhou um papel importante.
Nos primeiros minutos do primeiro tempo, os times trocavam a iniciativa do jogo. O Ceilândia parecia mais confortável com sua proposta de jogo. Não obstante, ambas as equipes eram incapazes de criar situações claras de gol.
Em partidas como estas a bola parada desempenha papel importante. Foi assim que saiu o primeiro gol. Logo aos 10 minutos, Baiano cobrou falta, Badhuga desviou e colocou o Gato Preto em vantatem: 1 x0
Naquelas circunstâncias o jogo parecia controlado pelo Ceilândia. Ocorre que, todavia, o árbitro viu um penalti absolutamente incomum dois minutos depois. Claiton Sales empatou: 1 x 1.
O Ceilândia pareceu desconfortável com a arbitragem, mesmo assim, diante da incapacidade ofensiva sua própria e da Aparecidense, via o primeiro tempo encaminhar-se para 0 1 x1, embora parecesse claro que temia pelos critérios da arbitragem.
O fato é que aos 44 do primeiro tempo o Ceilândia envolveu a defesa da Aparecidense e fez 2 x 1.
Esperava-se que, se a arbitragem não interferisse, o Ceilândia voltasse para o segundo tempo dando o devido valor à vantagem adquirida. Não foi isso que aconteceu.
Logo aos dois minutos, Artur recebeu a bola atrasada e foi extremamente infeliz. Primeiro porque optou por rifar a bola, segundo porque não conseguiu e, terceiro, porque ficou torcendo pelo erro do adversário, ao invés de retornar imediatamente para o gol. Resultado, Wilian Koslowski empatou para a Aparecidense: 2 x 2.
Naquele momento, o Ceilândia fora castigado com dois gols alheios à dinâmica do jogo, um por, digamos, excessivo e pontual rigor da arbitragem (não visto e outros lances do jogo) e outro por erro grotesco de um de seus atletas (embora se reconheça que erros aconteçam, embora não devam acontecer).
Após o empate as equipes mantiveram o mesmo padrão. Jogo equilibrado, sem prevalência de uma equipe sobre a outra.
O acaso poderia definir a partida. E foi isso que aconteceu. Aos 30 minutos, no bate-rebate dentro da área após cobrança de escanteio, Dinei deu números finais ao jogo: Aparecidense 3 x 2 Ceilândia.
De nada adiantou a pressão final do Ceilândia, com as entradas de Kabrine e Wesley. De nada adiantou o domínio nos minutos finais. O Ceilândia perdeu para a Aparecidense com lições a serem aprendidas: a arbitragem na Série D é um problema a ser superado e qualquer erro, mesmo o mais inocente, não é perdoado.
Com a vitória do Araguaia sobre o Comercial, 2×0, o Ceilândia EC vê crescer diante de si um adversário improvável. O adversário do próximo final de semana em Barra do Garças.