Aqueles que dizem entender de futebol podem até torcer o nariz, mas não podem negar que Ceilândia x Taguatinga foi um espetáculo: muitos gols, pênalti defendido, expulsão, virada e muita, muita emoção.
Minutos antes do jogo caiu uma tempestade sobre Ceilândia. O jogo, contudo, começou sob céu limpo. O Ceilândia parecia que teria facilidades contra o último colocado da tabela. Parecia…
Não demorou muito e, no primeiro ataque, o Taguatinga fez 1 x 0. Cobrança de escanteio pelo lado direito da defesa do Ceilândia, Wallace Tartá desviou e a bola sobrou para Bruno fazer Taguatinga 1 x 0.
O Ceilândia se perdeu um pouco com a desvantagem. Passou a abusar da ligação direta. O time parecia nervoso em excesso, dentro e fora de campo. O Taguatinga aproveitou-se desse momentâneo descontrole alvinegro e poderia ter ampliado se não fossem duas defesaças de Pedro que impediu o Taguatinga de fazer 2 x 0.
O susto parece ter feito bem ao Ceilândia. O Gato Preto entendeu que apenas força não seria suficiente para vencer o jogo, era preciso jogar futebol. O nervosismo assentou e o Gato Preto assumiu as rédeas da partida.
Aos 21, pressão do Ceilândia. A defesa do Taguatinga afastou mal, Gilmar Erê interceptou, perdeu o controle da bola, recuperou-se, bateu firme e Romarinho completou para empatar o jogo: Ceilândia 1 x 1 Taguatinga.
Depois disso, o Ceilândia manteve a iniciativa do jogo, mas sem criar situações claras de gol.
A chuva aumentou e com ela veio o segundo tempo, com o segundo tempo muitas emoções.
O Ceilândia voltou disposto a decidir a partida. Não contava, todavia, que o destino se dispusesse a pregar-lhe uma peça: aos 2 minutos do segundo tempo o Taguatinga fez 2×1. Indecisão da defesa, bola presa na enorme quantidade de água e Sena desempatou a partida.
A partir daí o Ceilândia teve, talvez, o seu pior momento na partida. O Taguatinga que fizera dois gols em situações esporádicas passou a demonstrar uma consistência de jogo que até o momento não mostrara. O time rubronegro empurrou o alvinegro para o seu campo de defesa fazendo temer-se pelo pior.
Adelson percebeu que era hora de mexer. Antes, contudo, o Ceilândia fez prevalecer a sua melhor condição atlética e retomou a iniciativa do jogo. Ao mexer, Adelson colocou Elivelto e Michel. Formiga viria a entrar no final (e fazer sua melhor apresentação em anos com a camisa alvinegra).
O Ceilândia partia para uma tática suicída. Adelson simplesmente empurrou seus laterais para o campo de ataque e propôs uma blitz no campo de defesa do Taguatinga.
O Gato Preto começou a criar situações de gol, ora com Romarinho, ora com Michel. De tanto insistir, aos 34 do segundo tempo, Romarinho invadiu a área e foi derrubado. Penalti que Elivelto bateu e converteu para empatar o jogo aos 35: 2 x 2.
Com a vitória em perspectiva, o Ceilândia foi para o ataque. Não contava que, três minutos depois, o destino viesse a pregar-lhe outra peça. Na bola parada do Taguatinga o árbitro viu pênalti de Jefferson, que teria segurado um adversário na área. Jefferson havia tomado cartão amarelo no primeiro tempo e foi expulso: penalti para o adversário e o Gato Preto reduzido a 10 jogadores.
Morrendo de frio e sob a chuva inclemente o torcedor do Ceilândia cruzava os dedos. Deu certo: Pedro fez uma fantástica defesa no pênalti bem cobrado pelo adversário Ramon.
Refeito do susto, o Ceilândia foi à frente. O público diminuto empurrava a cada instante, a cada lance. O prêmio veio aos 46, graças à insistência de Romarinho. Na primeiro vez, Pedro defendeu, Didão e Romarinho devolveram a bola e Michel fez o terceiro gol alvinegro, o gol da virada.
A torcida sempre cobra interação com os jogadores. Michel, Didão e Romarinho foram comemorar com eles e os torcedores agradecem. 1, 2, 3… Ceilândia!!! Uma vitória para não esquecer, de um time que pode dar muitas alegrias. Futebol? Bem, futebol é isso: quando não der pela habilidade… que não falte vontade!!!