Em 1971 fomos todos deslocados do local em que viviamos. O Governador de então dizia que ficava deprimido ao ver aqueles barracos toscos da Bernardo Sayão, da Vila Colombo, da Vila Esperança, Morro do Urubu, Morro do Querosene, Barro Preto, Vila do Iapi (pronuncia-se I – A – Pê – i), Vila Tenório, Placa da Mercedes, Vila dos Carroceiros, Tiodoro e criou a Companhia de Erradicação de Invasões – CEI. Sim, a CEI nos arrancou do local onde nascemos e nos criamos e nos trouxe para uma área próxima ao campo de treinamento de Exército. Área que por falta de nome ganhou o nome de CEI-Lândia. Sim, Paulo Sérgio Deodato, estamos todos em festa, o Ceilândia é campeão. A Ceilândia enfim reina no Distrito Federal, nem que seja em algo tão fugaz quanto o futebol, e isso nos dá muito orgulho.

Não temos cinema, teatro, shopping, parques vivenciais, nem mesmo um estádio decente, mas temos o Ceilândia e o Ceilândia é a nossa expressão: Orgulho de ser da Ceilândia.

E não pode faltar um coisa: na semana decisiva da classificação, treinamos com a Ceilandense. Maninho e outros foram claros: estavam torcendo pela nossa classificação. A ironia do destino nos colocou um contra o outro dentro de campo, mas no final restou outra coisa: falou o orgulho de ser da Ceilândia.