Não bastam os desencontros da equipe, a arbitragem tem que ajudar o adversário.
Os árbitros parecem ter levado longe de mais a reunião do último dia 23 de fevereiro, quando 54 deles se prontificaram a fazer greve contra o Ceilândia. Coincidência ou não, desde então o Ceilândia somente venceu duas partidas, uma delas contra o inexistente Guará e outra contra o Bahia, jogo que foi apitado por Antônio Hora Filho de Sergipe.
No meio do percurso o CEC empatou com o Fortaleza, jogo que foi apitado Enéas Eugênio de Aguiar, de Minas Gerais, que, se não fez uma boa arbitragem, ao menos não prejudiou o CEC a ponto de levá-lo a derrota.
Nos demais jogos o CEC sempre teve o quê reclamar, seja de seus próprios erros, que não foram poucos, seja da arbitragem. Resultado: seis derrotas e a irresistível sensação de que na dúvida a bola é sempre do adversário.
Nesse domingo não foi diferente. O Ceilândia começou envolvendo o Luziânia em jogadas de velocidade pela esquerda, com Reinaldo, Paulinho e Myron. Assim fez o gol com um minuto de jogo. Não demorou e cedeu o gol de empate ao Luziânia: Erivaldo aos 4.
Passado o susto inicial, o Luziânia foi impondo o seu ritmo de jogo, mas os contra-ataques do Gato eram sempre perigosos até que o árbitro Sérgio Santos houve por bem expulsar Paulinho por um encontrão casual. Dois pesos, duas medidas. Minutos depois, Iron, que já tinha um cartão amarelo, fez falta em Ewerton. Lance idêntico, decisões distintas: Sérgio Santos apitou a falta mas não aplicou o cartão que expulsaria o atleta do Luziânia.
Aos 34 minutos um lance que poderia ter decidido a partida. Reinaldo foi derrubado dentro da área, mas Sérgio Santos indicou que a falta teria ocorrido fora da área e, pior, indicou que teria ocorrido apenas jogo perigoso, falta a ser cobrada em dois lances.
Apesar da arbitragem o CEC controlou a partida até ser vítima, como sempre, de seus próprios erros: Didão, Humberto e Branco não se entenderam dentro da área, do que se aproveitou Xexéu para colocar o Luziânia em vantagem aos 43 minutos do primeiro tempo.
No segundo tempo, o Luziânia manteve a posse de bola mas, com exceção de um chute de Esquerdinha que explodiu no travessão, não assustou o Ceilândia. O árbitro Sérgio Santos passou então a cozinhar o próprio Luziânia, até porque o Gato parecia não ter força para empatar o jogo.
O ritmo do jogo mundo a partir dos 30 minutos, quando Thiago, Adriano e Tércio entraram. O Ceilândia passou a atuar com velocidade e por pouco não empata o jogo. O castigo, como sempre, veio no final. Num contra-ataque, Mazinho fez o terceiro gol do Luziânia. O Gato terminou o quadrangular sem fazer um mísero ponto. De quebra igualou o recorde negativo de 1996, com seis derrotas consecutivas no Metropolitano.