Pode-se dizer que o Ceilândia enfrentou hoje a sua primeira partida de mata-mata. É claro que ainda faltam duas rodadas, mas o jogo teve todo o tempero de um jogo decisivo.
Mais uma vez sem público, o Ceilândia enfrentou o Sobradinho na tarde desta quarta-feira, no Estádio Regional de Ceilândia. Assim como aconteceu nos últimos três jogos, o confronto terminou empatado, agora sem gols.
Um observador pouco atento ficaria tentado a dizer que o Sobradinho jogou melhor. Na verdade, o que se viu em campo foram dois times com propostas distintas de jogo. Isso faz toda a diferença.
O Sobradinho é um time que avança do meio para o ataque procurando estruturar bem o seu jogo. O Ceilândia dá campo ao adversário e tenta se aproveitar do contra-ataque. São formas assimétricas de fazer futebol.
O Sobradinho começou melhor no primeiro tempo. Procurou envolver o CEC nos primeiros minutos. O Gato Preto reagiu e teve a iniciativa na maior parte da primeira etapa. Os goleiros pouco trabalharam. As chances estiveram nos pés de Cassius por duas vezes, ambas com pouco ângulo e em jogadas de bola parada.
O segundo tempo pode ser dividido em dois períodos. Até os 20 minutos, o Gato Preto conseguiu opor alguma resistência ao volume de jogo do Sobradinho. O CEC teve ao menos duas oportunidades, uma delas muita clara com Filipe Cirne.
Depois dos 25 minutos, o CEC perdeu a sincronia na passagem da defesa para o ataque. Daí para a frente o Sobradinho dominou e poderia ter saído na frente do marcador, se não fosse a má pontaria de seus atacantes.
Na oportunidade mais clara, Vitão salvou sobre a linha após o cabeceio adversário.
Sem conseguir sair da defesa para o ataque, Adelson mexeu na estrutura ofensiva: colocou Mário, Pablo e Caio nos lugares de Filipe Cirne, EdiCarlos e Cassius.
Se não funcionou, permitindo que o CEC ameaçasse a meta adversária, ao menos serviu para empurrar o Sobradinho alguns metros distantes da grande área do Gato Preto.
No final o empate sem gols que classificou o Ceilândia para as quartas-de-final.
Após a partida, o técnico Adelson de Almeida elogiou a postura de sua equipe. Adelson disse que o comportamento de seu jovem time demonstrou que a equipe tem evoluido mentalmente. O resultado disso é que a equipe tem oscilado menos, tal como ocorrera no início da competição.
Apesar dos elogios a seus comandados, Adelson reiterou que se a equipe precisa de uma ou duas peças para poder sonhar um pouco mais. Acrescentou, contudo, que os reforços esbarram na política de pés-no-chão implantada na equipe.
No sábado, o CEC volta a jogar, agora contra o Cruzeiro. O CEC precisa da vitória para almejar uma melhor posição para as quartas-de-final. Fora disso, o CEC entrará no mata-mata em desvantagem. Em 2014 isso pesou muito.