Comissão Técnica e jogadoras do Ceilândia tiveram e terão, no jogo de hoje e nos próximos dias, uma das maiores oportunidades de aprender como o futebol funciona. O Ceilândia está mais próximo, mas precisa trabalhar e trabalhar para chegar no nível do Cresspom.
No jogo da manhã deste domingo, o Ceilândia pode ter sido inferior ao seu adversário, em termos de organização tática e do ponto de preparação mental para o jogo, mas jamais faltou coração.
O Ceilândia é um time de grande coração, mas, como ficou claro, apenas coração e talentos individuais não são suficientes: é preciso estar preparado em todos os aspectos para vencer.
De maneira geral, o jogo foi muito equilibrado com as defesas levando vantagem sofre os ataques. Mas havia uma diferença: o Cresspom era um time mais maduro e consistente em campo. A transição defesa para o ataque do Cresspom sempre foi mais consistente. O time do Cresspom era mais sereno em campo.
O que o Ceilândia não tinha de organização tática, tinha de coração. Talvez coração demais. Na verdade, o time do Ceilândia precisava de tranquilidade e, principalmente, de uma liderança firme, mas serena. Fora disso, o Gato Preto era apenas um time talentoso tentando vencer na base da força e do coração.
Enquanto o time do Ceilândia era um time nervoso, incapaz de trocar três passes em profundidade sem apelar para os chutões dirigidos a Nycole e Novinha, o Cresspom forçava o erro do Ceilândia. Seria uma questão de tempo que o erro acontecesse e esse erro veio no finalzinho do primeiro tempo. O Cresspom aproveitou-se e fez 1 x 0.
Veio o segundo tempo. O Cresspom continuou melhor porque era mais consistente. Era um time que não se enervava e a sua transição da defesa para o ataque era melhor. O Ceilândia era um time valente e se esquecia que o talento de Isabella, Novinha e Nycole precisa do time e o time precisa de Isabella, Novinha e Nycole.
O resultado disso é que Valéria foi muito exigida e fez diversas defesas difíceis. A defesa do Ceilândia lutava, lutava, lutava, mas o gol do Cresspom era uma questão de tempo. E aconteceu aos 32 do segundo tempo.
O Ceilândia é um time valente e tem que se recusar o papel de vítima. A valentia foi recompensada com o gol de Nycole. Foi talvez, o jogo mais equilibrado entre Ceilândia e Cresspom na história recente. Comissão técnica tem muito que aprender com esse jogo.
O Ceilândia precisa aprender e trabalhar (e muito) se quiser vencer um time maduro como o Cresspom. O jogo, mais que o resultado, mostrou que o Ceilândia é um time menos rodado e menos treinado que seu adversário. Não é o fim do mundo. O Ceilândia é um bom time, mas quem se pretende campeão, precisa melhorar sempre.
Menos verdadeira é a constatação de que Comissão Técnica e jogadores possuem o material necessário para ser um grande time: talento e garra. Resta trabalhar.