Uma derrota nunca é bem-vinda, mas a derrota não pode ocultar o que se viu de bom. Apesar do pouco tempo de treinamento, o que se viu foi que o Ceilândia coletivamente esteve bem. Essa era uma dúvida, porque os jogadores ainda estão se adaptando ao esquema de Marcelo Conte.
No primeiro tempo, o Ceilândia controlou o seu adversário. Não levou perigo à meta do Unaí, é verdade, mas também não permitiu chance clara de gol para o adversário. Outra coisa positiva foi a insistência do time em jogar com a bola no chão, apesar do gramado claramente não ajudar.
A defesa se portou bem. Leandro fez apenas uma defesa considerada difícil. Os gols estouraram na defesa. O Ceilândia de algum modo sofreu com a bola longa cruzada do Unaí.
De um lance assim, nasceu o primeiro gol adversário. O segundo gol pareceu decorrência da falta de ritmo de jogo. Faltou um pouco mais de fome na dividida. Isso se corrige com ritmo de jogo.
Jordã e Jonatan, os cabeças de área, funcionaram bem. Talvez devessem sair um pouco mais para o jogo, mas talvez essa fosse a estratégia em função do tempo de treinamento: não se expor muito. Paulo Cesar entrou no lugar de Jonatan e mostrou que pode ser útil.
O campo pesado atrapalharia os volantes se quisessem sair para o jogo. O Unaí também não conseguia, mas tinha uma bola longa mais efetiva. A bola longa incomodou o Ceilândia. Por essa razão, Marcone e Lucas, apareceram pouco. Lucas ficou preso na marcação dupla.
Marcone surpreendeu. Ele mesmo admite que precisa correr mais que os outros para recuperar o tempo perdido, mas mostrou que sabe jogar. Em ritmo de jogo tende a ser um dos bons nomes do campeonato.
O ataque sofreu bastante com a dificuldade do Ceilândia na transição defesa-ataque. A bola pouco chegou, mesmo assim Gabriel deu trabalho para a defesa do Unaí. Cordeiro, com funções táticas um pouco diferentes, apareceu pouco. Michael entrou no seu lugar num momento em que o Ceilândia já não tinha forças.
No geral e olhando para o jogo como um treino de luxo, o Ceilândia já pode estrear verdadeiramente no campeonato sabendo de suas potencialidades. A essas potencialidades soma-se uma grata surpresa: Roni, visivelmente sem tempo de bola e ritmo de jogo, mostrou que deve ser muito útil para o time.
O Ceilândia não poderia se permitir ser derrotado pelo Unaí. Terá uma sequência de jogos contra times que estão há mais de 2 meses treinando. Trabalhos mais maduros. A derrota coloca o Ceilândia na obrigação de buscar resultados positivos.
A se tirar do que se viu, uma semana a mais de trabalho encurtará muita distância para os adversários. Sábado será diferente de ontem.