R$ 511.000,00 em mais de duas dezenas de acordos judiciais. Este é o detalhe mais relevante do balanço das contas do Ceilândia em 2020, publicado no seu site oficial. É talvez a grande vitória do Ceilândia nos últimos 5 anos.
Como sabemos, o Ceilândia quase não disputou o Candangão 2020. Não o fez porque estava atolado em dívidas. E também sabemos que o futebol do DF é deficitário. Como se consegue manter um time, não sabemos.
As dividas que quase licenciaram o Ceilândia eram essencialmente oriundas das disputas da Série D em 2016, 2017 e 2018, particularmente esta última. Esse passivo apenas aumentou em 2019 quando boa parte do elenco entrou na Justiça Trabalhista.
No geral, no levantamento realizado pelo CEC Torcedor foram identificadas 29 ações, mas esse número deve ser maior. A de maior valor envolvia o ex-lateral Kabrine. O Ceilândia chegou a acordo na maior parte delas.
Em 2022, o Ceilândia voltará a disputar a Série D. Com a competição vem a pressão por jogadores mais qualificados e, por isso mesmo, mais caros. E um período maior de contrato.
Há a notícia de que o Governo, como faz com diversas atividades, irá ajudar em 2022. Segundo o balanço, as receitas em 2020 vieram essencialmente de restituição tributária, valor quase que integralmente utilizado para o pagamento das divídas, supõe-se. No mais, foram R$ 70.000,00 em patrocínios e R$ 35.000,00 de contribuições.
Restituição tributária é algo que não ocorre todo ano. Encontrar parceiros é algo difícil, mas parece que há algo acontecendo que nós, torcedors, não sabemos. R$ 105.000,00 não são suficientes sequer para a fase de classificação do Candangão 2022.
No geral existe a convicção de que os dirigentes locais fazem milagres. O balanço indicar ausência de dívida relevante é um milagre. Esperar que em 2022 não se repitam os erros do passado.