Cada conquista é tanto uma benção, quanto uma maldição.
A verdade é que o Ceilândia garantiu um calendário de atividades em 2023, como já o tem em 2022.
Com o calendário surgem oportunidades de tornar o time sustentável a médio do prazo.
Com o calendário aparecerá o canto da sereia dizendo para fazer isto ou aquilo. É pressão de torcida, da mídia, dos jogadores para gastar. O Ceilândia deve manter os pés no chão.
A direção precisa ter os pés nos chão. O futebol do DF não é sustentável. O Ceilândia não é autossustentável a médio prazo.
Poderá ser? Sim, quando o time puder pensar 5 anos à frente.
É trabalho árduo, pesado, com passadas curtas e seguras.
É preciso ter em mente que para ser sustentável será necessário zerar as dívidas, ter capital de giro para as despesas ordinárias do futebol para 5 anos, gastar dentro de um plano de negócio orientado a um ponto de equilíbrio que leve em consideração as despesas presentes e futuras, constituição de reserva de contingência e só então pensar em investimento.
O Ceilândia ainda não preencheu esses requisitos. O Ceilândia precisa reconhecer que está onde sempre esteve e que pode gastar o que sempre gastou.
A diferença é que talvez agora, depois de pagar as dívidas, talvez o Ceilândia consiga pagar em dia a folha atual. Por quanto tempo?
O patamar financeiro é o mesmo. É preciso continuar com os pés no chão.
Fora disto, tende a repetir os erros do Gama, maior campeão do DF.
Não só do Gama. O Atletico-CE gastou o que não podia para subir da Serie D para a C. Acaba de cair no Cearense.
O Novorizontino gastou o que não podia para subir da C para B. Acaba de cair no Paulista.
O Flamengo do Piaui, segunda força do estado, tomou de 7 do Altos e acaba de ser rebaixado no estadual. O Parana Club gastou o que não podia para subir da B para a A. Caiu da A para a B em 2018; da B para a C em 2020; da C para D em 2021 e agora para a B do Paranaense.
Não é hora de oba-oba. É hora de ser profissional. O Ceilândia tem sido. Que continue…