2008 - CEC x Legião - Torcida faz a festa

Disputa pelo poder ameaça a festa

CEC 2 x 2 Gama em 2008, no antigo Mané Garrincha. Alexandre Andrade apitou.
CEC 2 x 2 Gama em 2008, no antigo Mané Garrincha. Alexandre Andrade apitou.

A Federação Brasiliense de Futebol está sob intervenção há quase um ano e, se nunca foi um exemplo de organização, agora o futebol do Distrito Federal está à beira do caos. O futebol do Distrito Federal é deficitário, como demonstrou levantamento do SiteCEC em 2010. A rigor, o único clube que conseguiria pagar suas dívidas de jogo seria o Gama.

Os clubes tem dificuldades para pagar os jogadores, as taxas de arbitragem e outras despesas próprias da atividade. A Federação, sabe-se lá como, na ausência do pagamento de taxas de arbitragem por parte dos clubes, as bancava. Há algum tempo a Federação não consegue receber os recursos da CBF, ou ao menos é o que alardeia. Os funcionários estavam sem receber.

Brigam todos. Os clubes com a Federação para impor o modelo que julgam adequado e o resultado disso está na alteração de 8 para 10 e de 10 para 12 clubes no campeonato. Brigam os clubes entre si. Exemplo disso são as batalhas judiciais e as batalhas para ver quem impõe o seu modelo. Brigam os clubes com a arbitragem, brigam os árbitros com os árbitros. Em casa que falta pão, todo mundo briga e ninguém tem razão.

No váculo de poder, os clubes tentaram recuperar o controle da Federação. O interventor por seus próprios erros não estaria em condições de se opor. Com os clubes, ou a maior parte deles, recuperando informalmente o controle da Federação faltava resolver outro aspecto do jogo: a arbitragem. Os clubes indicaram Alexandre Andrade para chefiar a Comissão de Arbitragem, a direção do Sindicato dos Árbitros se opôs.  Depois de vencer a queda de braço com o interventor, os clubes agoram enfrentam o Sindicato dos Árbitros. É uma briga por poder, nada mais que isso. A crise é mais aparente que real.

A disputa pelo poder é natural, faz parte da vida. Em meio a tudo isso, contudo, sente-se a ausência de uma discussão efetiva e sincera  sobre os rumos do futebol do Distrito Federal e Entorno. O governo do Distrito Federal,  que não tem uma política clara de incentivo ao esporte, seja ele amador ou de alto rendimento, passivamente assiste a tudo.

Por enquanto o que temos são batalhas isoladas pelo poder, seja entre clubes e Federação, entre clubes e clubes e entre clubes e Sindicato dos Árbitros. Enquanto isso o futebol do DF fica esperando.

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