A derrota em Anápolis não foi uma catástrofe, mas acende o sinal de alerta: o futebol é resultado. Uma análise mais fria, contudo, revela que o time não foi tão mal para o seu estágio de preparação.
Na primeira etapa era fácil identificar a falha no posicionamento dos meias mais avançados da equipe. China e Alcione estavam mais a direita do ataque do Ceilândia. Alcione marcava mal a saída de bola adversária, recuando para a linha com André Oliveira e mais centralizado. Em suma, Alcione não tinha função. Sobrou para André Oliveira fazer seguidas faltas combatendo a saída de bola da Anapolina pela esquerda da defesa do CEC.
Por essa razão, o lado esquerdo da defesa do Ceilândia penou porque Guilherme ficava sempre no um contra dois. Foi assim no gol da Anapolina. Naquele momento Marquinhos até que percebeu o problema e pediu para Tety recuar, nem tanto para marcar, mas possivelmente para puxar contra-ataque, quem sabe? Tety não é marcador, fez apenas sombra e no cruzamento saiu o gol da Anapolina.
O posicionamento da equipe sacrificou um jogador: China, que não teve oportunidade de ser corretamente avaliado. O mesmo aconteceu com o atacante Cassius, preso entre os dois zagueiros. Tety se movimentou bastante, mas sofreu com a falta de estrutura tática do Ceilândia (nada de anormal considerando que a equipe fez apenas um treino coletivo antes do jogo).
Edimar e André Oliveira, em função mesmo da falta de estrutura tática, também não puderam ser avaliados. André Oliveira mostrou que tem um futebol viril, mas não muito mais que isso. Os volantes tiveram nítida dificuldade para sair jogando. Os laterais, Edu Bayer e Guilherme também não mostraram a que vieram, ao menos ofensivamente. Não mostraram variações no posicionamento, permanecendo na defensiva durante o primeiro tempo.
Diego Morais e Thiago Eciene permitiram que atacantes da Anapolina aparecessem entre eles em situações claras de gol. Talvez tenha faltado entrosamento, mas pareceu claramente que o problema era de posicionamento. Numa das jogadas o homem a aparecer cara a cara com Darci era do meio de campo adversário. Problema dos volantes.
Darci não foi exigido. Na única vez que o foi mostrou boa técnica e fez uma bonita defesa. Nas outras vezes que interveio, Darci mostrou que tem uma técnica de solo apurada e, pelo alto, não fez feio. O Ceilândia parece que começa bem a partir do gol.
Alguns jogadores, casos de Panda e Daniel, que entraram depois, mostraram que estão fora de forma, e muito. Não lhes faltou vontade. O relógio está ligado e Panda e Daniel precisam entrar em forma logo. Há várias razões: a principal é que a torcida deposita grande esperança nesses jogadores.