O Ceilândia empatou em 2 x 2 na tarde deste sábado com o Brasiliense no primeiro jogo das finais do Candangão 2017. O jogo tem muito que ensinar ao time alvinegro.
O Ceilândia começou melhor. Com Filipe Cirne infernizando o lado direito da defesa do Brasiliense e com Romarinho periogoso pela esquerda, o Gato Preto teve seguidas oportunidades de fazer gol. Na principal delas, Filipe Cirne serviu Michel com maestria. O atacante encobriu o goleiro e abriu o marcador aos 8.
O Ceilândia não arrefeceu os ânimos: a marcação da saída de bola do Brasiliense era boa e o time recuperava a bola ainda entrada do seu campo de defesa. O contra-ataque era rápido e perigoso. As chances surgiam e não eram aproveitadas.
Tudo mudou a partir do vigésimo minuto. Com as facilidades, o Ceilândia relaxou. Na aparência e apenas na aparência o jogo era igual. No detalhe quase imperceptível o Ceilândia foi minuto a minuto cedendo espaço para o Brasiliense. Minuto a minuto o Ceilândia deixava de forçar o erro do adversário e passava a esperar que ele errasse.
O relaxamento fez com que o Ceilândia perdesse objetividade e o seu forte sistema defensivo precisou trabalhar. Artur não era exigido até os 34, quando Aldo fez excelente jogada pela direita e cruzou para Reinaldo empatar.
O gol do empate não mudou o panorama da partida. O Ceilândia deixava para forçar o erro do Brasiliense apenas na sua última zona de defesa. Com a bola nos pés, girava de um lado para o outro à espera de uma brecha que não vinha. Os ataques ocorriam eventualmente, mas sem levar perigo à meta adversária.
O sistema defensivo do Ceilândia era eficiente e Artur também não trabalhava. O jogo se disputava da intermediária da defensiva do Brasiliense ao terço final da defensiva alvinegra.
Veio o segundo tempo e o Ceilândia equilibrou as ações nos primeiros minutos. O jogo se disputava de intermediária a intermediária. O Brasiliense, contudo, chegava com mais qualidade. O passe saía diretamente de Souza e Peninha, na posição de volantes, para o ataque, nas costas dos volantes do Ceilândia.
Adelson sentiu que era hora de mudar. O Ceilândia precisava mudar. Adelson tirou Michel e colocou Gilmar Erê. Não deu tempo para a substituição fazer efeito.
Aos 27 do segundo tempo, o Brasiliense repetiu uma jogada que fizera a partida inteira, agora pelo lado esquerdo. Troca de passes e passe em profundidade nas costas dos volantes do Ceilândia. Dessa vez o cruzamento foi no ponto futuro onde Aldo surgiu cara a cara com Artur para fazer Brasiliense 2 x 1.
O jogo até aquele momento era equilibrado. A diferença estava justamente no fato de que o Brasiliense, embora não oferecendo riscos à meta defendida por Artur, chegava com mais qualidade que o Ceilândia. Um detalhe por vezes imperceptível. Depois do gol isso mudou.
Após sofrer o segundo gol o Ceilândia oscilou um pouco e o Brasiliense poderia ter feito o terceiro gol, mas a bola explodiu em Artur. O Brasiliense manteve exatamente o mesmo rítmo, até porque o Ceilândia continuou permitindo que o jogo prosseguisse na mesma toada. Cada início de jogada do Brasiliense era exatamente igual.
Premido pelas circunstâncias o Ceilândia foi à frente. Empurrou o Brasiliense contra o seu campo de defesa, mas o que faltava de inspiração sobrava de luta. Na base da luta mesmo, o Ceilândia passou a rondar a meta adversária. Foram necessárias uma, duas, três situações até que já no apagar das luzes, Badhuga empatasse o jogo (aos 40).
Naquele momento o Brasiliense parecia não ter mais pernas. Os minutos finais foram do Ceilândia que namorou com a virada, mas igualmente cansado e dependendo da força não conseguiu o terceiro gol.
Os times tiraram grandes lições desse primeiro jogo. O Gato Preto sabe que contra um time muito experiente como o do Brasiliense terá muito mais que aprender que o adversário. A final está aberta.