O Ceilândia comemora oficialmente 38 anos de existência neste 23 de agosto. Diz-se oficialmente porque há controvérsia: o Dom Bosco se profissionalizou em 27 de março de 1978 e mudou o nome para Ceilândia em 23 de agosto de 1979.
Isso fica para depois. A temporada 2017 não trouxe o esperado título Candango, nem o acesso para a Série C. Mesmo assim, há motivos para comemorar e, também, muitas dúvidas com relação ao futuro.
Entre os motivos para comemorar está o fato de que, a despeito das sabidas dificuldades enfrentadas, o Ceilândia montou um time competitivo. Há deficiências estruturais do futebol local que impedem voos mais altos. Isso se tornou claro no confronto contra o América.
O Ceilândia investiu num excelente centro de treinamento para o nível do futebol local. Organizou-se fora de campo, mas há fatores culturais e logísticos que sufocam e impedem o crescimento do Ceilândia. Dentre esses fatores, um é apontado como o maior problema: o estádio.
O Abadião foi inaugurado em 1983 e, a rigor, nada mudou desde então a não ser o gramado e iluminação (na gestão Sérgio Lisboa em 2005/2006) e a troca do muro (na gestão Ari de Almeida em 2012/14). Uma cidade com 500 mil habitantes chama um campo cercado de estádio.
As dúvidas em relação ao futuro são também consequências das deficiências estruturais do futebol local que afetam não apenas o Ceilândia. Gama tem estádio e torcida, mas um orçamento apertado. O Brasiliense, tem orçamento mas sem estádio padece dos mesmos problemas que o Ceilândia.
Além disso, não existe uma cultura de valorização das coisas locais. Isso vale tanto para o futebol quanto para outros valores: música, artes plásticas, teatro, política, livros, revistas, jornais, internet… Muitos dos candangos se sentem parte do mundo e desprezam valores locais. Existem exceções, claro: exceções.
2018 está chegando e há dificuldades a serem enfrentadas hoje: orçamento. O Ceilândia tem tido bons resultados nos últimos 13 anos, O presidente Ari de Almeida parece estar se movimentando em busca de patrocínios para 2018.O fato do Ceilândia não ter sido patrocinado pelo BRB em 2017 tanto pode ser uma notícia boa, quanto ruim. Seria boa se fosse uma opção. De qualquer sorte, o presidente Ari de Almeida se movimenta no sentido de manter a parceria com o Sicoob.
Em 2018, o Ceilândia terá Copa do Brasil e Série D pela frente, além do próprio Campeonato Candango. Parabéns, Ceilândia.