Ceilândia e Cruzeiro decidirão o campeonato candango de 2017. Os dois times do grupo B chegam às finais de um campeonato marcado pelas críticas à arbitragem (Formosa reclamou horrores) e ao regulamento.
O fato é que jogando na manhã deste sábado, em um Estádio Regional com bom público, Ceilândia e Real voltaram a empatar. O empate, pelo regulamento atual, classifica o Ceilândia para as finais.
Foi uma excelente partida. Do lado do Real, um time mais maduro coletivamente três ou quatro bons valores e ao menos um excelente jogador; do outro lado, o Ceilãndia com um jogo ainda imaturo do ponto de vista coletivo, dois ou três bons valores e dois ou três excelentes jogadores.,
Para completar a boa presença de público. Tudo apontava para uma grande festa, mas logo nos primeiros minutos a arbitragem já se fazia notar.
O árbitro queria se fazer notar, não no sentido comum da expressão, mas parecia evidente, por sua linguagem corporal e decisões tomadas, que ele queria se fazer notar como autoridade mesmo que isso implicasse em tomar más decisões. Anos e anos de beira de campo permitem reconhecer o potencial do árbitro, mas também permite identificar mau uso desse potencial.
Foi um jogo equilibrado na maior parte do tempo, com pequena superioridade do Ceilândia. Na verdade os times pouco criaram nos 90 minutos. O equilíbrio era a tônica. Em jogo tão equilibrado um erro, do jogador ou da arbitragem, poderia fazer a diferença.
Quis o destino que, aos 40 do primeiro tempo, o Ceilândia saísse na frente. Victor ganhou jogada de linha de fundo, cruzou e o zagueiro do Real fez contra. Ceilândia 1 x 0.
O Ceilândia voltou melhor que o Real no segundo tempo. Nos vinte minutos da etapa final o Gato Preto rondou a área do Real, mas sem criar situação clara de gol. Era a tônica do primeiro tempo: um jogo duro, equilibrado e disputado de intermediária a intermediária.
O gol do Real veio aos 28 do segundo tempo em penalti mal marcado pela arbitragem que com isso mudou o destino do jogo. Uma demonstração clara de abuso de autoridade do juiz da partida. Victor empatou a partida.
O empate favorecia o Ceilândia que não se arriscou muito. Controlou o jogo até o apito final. Com o fim do jogo, uma cena insólita. Os dois times comemoravam a classificação, o Ceilândia com mais convicção.
Conforme o CeilandiaEC apurou todo o problema está relacionado com o fato de que o campeonato de juniores foi uma disputa assimétrica. Seriam 20 times divididos originariamente em quatro grupos de cinco equipes com os 2 primeiros de cada chave se classificando.
O problema começou quando Aruc e Samambaia, que estavam nos grupos A e B originariamente, desistiram da competição. Com isso, dois grupos ficaram com 5 times e dois grupos com 4 times. Com isso, a regra de desempate pelo somatório de pontos na competição precisaria ser alterada, porque os times dos grupos C e D jogariam uma partida a mais: o Real e Cruzeiro, em três jogos, fizera 7 pontos, o Formosa e Legião, em 4, fizeram 10. O critério originário permitia distorções.
Por essa distorção, segundo apurou o CeilandiaEC, o regulamento teria sido alterado para que se levasse em consideração apenas a pontuação da fase anterior. Foi isso que o Ceilândia teve a vantagem de decidir em casa contra o Real. O Real, somente depois da primeira partida e ante a possibilidade concreta de desclassificação, tentou retornar o primeiro regulamento: a Justiça Desportiva desconheceu do pedido mas o presidente da Federação acolheu a solicitação.
A rigor a confusão está armada. O primeiro regulamento era de fato inaplicável em função da assimetria dos grupos. O Ceilândia está nas semifinais do Metropolitano de Juniores 2017. No mais, o tempo dirá.