É muito cedo para comemorar a morte do Ceilândia. Óbvio que o mundo do futebol encarava com um misto de surpresa e desprezo o início irregular do Ceilândia. O Gato Preto não morre fácil. Se do lado de lá é cedo para comemorações, o mesmo se diga do lado de cá.
O Ceilândia foi ao Gama na tarde deste sábado e venceu o Santa Maria por 4 x 1. O resultado é para ser comemorado, apenas o resultado. O Ceilândia vem evoluindo lentamente, mais lento que a pequena, fiel e exigente torcida gostaria. O time ainda tem muito que evoluir. É melhor pensar e agir assim.
O Ceilândia começou com uma formação diferente: Tatuí, Romário e Formiga no ataque. Luciano Mandi no enganche. Gago de volta à cabeça de área. O Gato Preto começou melhor.
Tatuí foi decisivo. Tatuí tem um jeito provocante de enfrentar os adversários. Parte para cima. Pode-se até questionar se joga coletivamente, mas o fato é que, no jogo de hoje, foi decisivo. Agredido pelo adversário, deixou o Santa Maria com dez homens.
O Ceilândia é um time sem pressa. A torcida sofre com isso. O Ceilândia é um time à procura de um estilo. A torcida sofre com isso. O fato é que o Ceilândia não sofreu. Controlou o jogo, perdeu oportunidades, mas precisou de uma bola parada para sair na frente. Kabrine cobrou falta com perfeição e fez Ceilândia 1 x 0 na final do primeiro tempo.
Veio o segundo tempo e o Ceilândia rapidamente construiu o marcador com jogadas pelo lado direito de ataque. Logo no primeiro minuto, Gago recebeu o cruzamento e, de barriga, fez Ceilândia 2 x 0. O gol de barriga parecia um sinal de que a sorte estava mudando. E estava…
Dois minutos depois, cruzamento sobre a área, Cocada desvia e Romário faz 3 x 0. O gol de Romário é tanto um alívio para o atacante quanto para a torcida que dele espera gols decisivos.
Com 3 x 0 no marcador, o Ceilândia tentou controlar o jogo. A torcida queria mais. Não é que quisesse mais gols, queria um padrão de jogo que pudesse dar a certeza de que a página estava virada. A lógica de campo é diferente da lógica de arquibancada.
O Ceilândia se desinteressou do jogo. Jairo fez diversas mudanças. Colocou Samy, Wallace e Wilker. Os três sofreram com a falta de entusiasmo do time com o jogo.
No final da partida, Kabrine abriu 4 x 0 num belíssimo gol. Em seguida, o Santa Maria diminuiu (Wallace?). Não importava. O Ceilândia voltava a vencer.
Haverá sempre quem diga que não passou de obrigação. De fato: não passou de obrigação… e nos tempos de hoje é sempre bom quando cumprimos nossas obrigações.
A vitória serve para recolocar o Ceilândia na briga. Serão 15 dias até o próximo compromisso, no Abadião, diante do Gama. O Ceilândia vive!