Eram 8 minutos do segundo tempo. O lance parecia se desenhar em camera lenta. … Cristiano balança em frente a defesa do Ceilândia. Puxa para a perna esquerda e desfere um petardo. A bola vai forte, no centro do gol. Darci não se move, não vai se mover e a bola vai morrer nas redes alvinegras…
O jogo começou em alta velocidade. O Ceilândia procurou o campo de ataque. O CENE vinha no 3-5-2, um atacante aberto pela esquerda. Promessa de um jogo equilibrado.
Aos sete, o CENE surpreendeu o alvinegro. Chico surgiu atrás da marcação e entrou na defesa do CEC. Cara a cara com Darci, chutou cruzado e o CENE abriu o marcador.
O Ceilândia nem bem começava o jogo e já teria que correr atrás do marcador. O time sentiu o gol. Nos dois minutos seguintes o CENE teve a chance de ampliar a vantagem. Faltou categoria para o adversário.
Depois dos 15 minutos, o Gato foi empurrando o adversário mais e mais para o seu campo de defesa. Onde faltava técnica, sobrava disposição.
Apesar do domínio, o CEC somente criou a sua primeira oportunidade aos 30 minutos. Dimba recebeu dentro da área, teve dificuldade para dominar e o Ceilândia perdeu a sua primeira chance.
Foi necessário que Allan Dellon descobrisse uma pequena fresta na defesa adversária para se infiltrar dentro da área. Na falta, Kabrine bateu forte, no canto do goleiro e empatou a partida. Eram 34 minutos do primeiro tempo.
Veio o segundo tempo e a certeza de que o Ceilãndia ganharia o jogo. O adversário tinha apenas uma proposta: defender e sair rápido no contra-ataque.
Não deu tempo. Aos 8 minutos, Darci falhou e o CENE fez 2 x 1. Na cabeça do torcedor veio apenas uma coisa: o Ceilândia vai virar. Superstição é isso: contra o Formosa, Darci entrou e falhou. O Ceilândia virou e ganhou por 3 x 2. No final, ainda foi campeão…
O tempo é senhor da razão. O Ceilândia sentiu o segundo gol adversário. No minuto seguinte, Darci fez uma defesa milagrosa. Era um prenúncio do que estava por vir.
Na base da raça, Didão empatou o jogo. Kabrine cobrou a falta na sua cabeça. Empate em 2 x 2.
A síntese do jogo veio aos 24 minutos. Kabrine lançou para Zé Carlos que estava marcado por dois zagueiros. O lance tinha tudo para dar errado. Zé Carlos lutou contra os dois zagueiros. No bate e rebate, Zé Carlos bateu no canto direito do goleiro e colocou o CEC pela primeira vez na frente: Ceilândia 3 x 2.
Depois disso o CEC administrou o jogo. O CENE foi valente e mesmo tendo um jogador expulso ficou rondando a área do CEC. Não tinha mais força. O resultado foi justo por uma razão básica. O Ceilândia saiu para o jogo. Jogou no campo adversário e procurou colocar a bola no chão. Incomodou alguns lapsos de displicência fruto de uma soberta absolutamente desnecessária e inadequada.
Isso é preocupante para quem almeja estar na Série C em 2013. Menos mal que o time tem qualidades técnicas suficientes para se impor, mesmo em um dia em que tudo parecia dar errado.