
Os dez primeiros minutos do Ceilândia na tarde deste sábado foram de esquecer. O Ceilândia parecia acreditar que era possível vencer sem fazer força. Do outro lado, o Comercial sabia que no mínimo era preciso forçar o erro adversário, que era preciso correr, ganhar a primeira, ganhar a segunda bola, construir o resultado. O Ceilândia era um time acomodado e, quando se deu conta, já perdia por 1 x 0.

O Comercial teve a iniciativa do começo de jogo: marcação alta e pressão na saída de bola. O Ceilândia parecia fora de rotação. Passes displicentes, toquezinho lateral para cá e para lá, transição lenta. A primeira bola era do Comercial, a segunda também. Pior, nos dez primeiros minutos contaram-se cinco erros de saída de bola do Ceilândia, alguns por pura displicência.

Aos 12 veio o castigo: Felipe Pará avançou em direção à área do Ceilândia. Como antes, o time parecia esperar que Felipe Pará errasse. Como antes, o Ceilândia não forçou o erro do adversário. Dessa vez Felipe não errou. Bateu cruzado, a bola tocou na trave direita e morreu no fundo da rede.

Esperava-se que o Ceilândia acordasse. Isso não ocorreu. O Comercial poderia ter aumentado em seguida.

O ímpeto do Comercial arrefeceu e o colorado passou apenas a controlar as ações ofensivas do Ceilândia. Sem inspiração, o Gato Preto era incapaz de envolver a defesa do Comercial e se limitava a ligações diretas da defesa para o ataque e jogadas de bola parada. Pouco, muito pouco para o Gato Preto.

Veio o segundo tempo e o Comercial teve Mutuca expulso. O Ceilândia foi todo ao ataque, mas dependia exclusivamente das jogadas de bola parada. Se alguém esteve perto de fazer gol no segundo tempo, esse alguém foi o Comercial, mas Artur salvou.
O tempo foi passando. O Ceilândia era apenas vontade e pouco futebol. O coração às vezes resolve, assim como as ligações diretas e jogadas de bola parada. Às vezes é preciso jogar futebol. Não deu. O Ceilândia perdeu em casa e o gosto amargo da derrota diante do Fluminense de Feira em 2016 se fez sentir novamente.