A torcida sempre cobrou que o Ceilândia apresentasse um jogo estruturado, que o time chegasse ao ataque como fruto de uma transição trabalhada e não pela força de vontade de nossos jogadores. Esse jogo veio na antepenúltima rodada do Candangão 2019. Pode ter vindo tarde demais. Que bom que veio. Temos dois jogos e tudo é possível!
Há alguns sinais que a sorte pode estar mudando. O primeiro sinal foi que o Ceillândia sempre mostrou um jogo mais estruturado que seu adversário de hoje. O Ceilândia concluiu a gol dez (!) vezes, talvez mais que em toda a competição.
Outro sinal de que a sorte está mudando é que o Ceilândia não sofreu gol nas poucas vezes em que o adversário, mesmo sendo dominado, teve a oportunidade de concluir.
Quer outra prova clara de que a sorte pode estar mudando? Cocada foi expulso no primeiro minuto do segundo tempo. Não demorou, o Sobradinho, que já havia realizado as três substituições, viu-se na contingência de também jogar com 10 jogadores.
O fato é que, na manhã deste sábado, o Ceilândia foi a Sobradinho e, desde o primeiro minuto, tomou as rédeas da partida. Diferente dos jogos passados, em que o Gato Preto fazia da vontade a sua única arma, no jogo de hoje o time jogou um futebol capaz de envolver o seu adversário.
As entradas de Gabriel, Cleiton Junior e David deram enorme equilíbrio ao Ceilândia e permitiram que o melhor de Michel e Helinho pudesse surgir. Resultado: a transição foi boa, como não se viu este ano.
A defesa tinha Cocada e Jeffferson, seguros como nunca. Murilo pela direita e Kabrine pela esquerda jogavam na mesma intensidade. O Ceilândia foi sempre um time penso, hoje foi um time equilibrado.
As melhoras, contudo, não foram suficientes para assegurar uma vitória do Gato Preto. O time chegou diversas vezes em condições de marcar, chutou a gol diversas vezes, mas a rigor teve apenas duas claras situaçõs de gol. Nas duas, a bola teimou em não entrar.
É possível teorizar sobre as razões da melhora do Ceilândia. Uma parece óbvia: a inteligência de Cleiton Júnior. Outra, o fato de que David e Gabriel entraram muito bem e aliviaram a carga sobre Michel e Helinho.
Acima de tudo há o fato de que o Ceilândia, pela primeira vez na competição, jogou como um time. Jairo deve estar orgulhoso de enfim ter conseguido esse intento. Pena que pode ter sido muito tarde.
O Ceilândia dorme na oitava colocação. Na melhor das hipóteses termina a fase de classificação em sétimo. Classificar seria um luxo! Precisa vencer os dois jogos restantes. O Ceilândia tem jogado bem quando joga fora de casa.
O problema caso o Ceilândia se classifique é que o Gato Preto é um bicho enjoado em mata-mata.