
Ceilândia e Botafogo-RJ se enfrentaram uma única vez em 1987. Naquela época o Ceilândia, comandado por Brito, era um time semiprofissional e jogou contra um Botafogo treinado por Jair Pereira e no qual se destacavam jogadores de expressão nacional como Josimar, Wilson Gottardo, Berg e Mauricio.
O Ceilândia foi melhor no primeiro tempo e saiu na frente com Wade, último agachado à direita. O Botafogo virou com Helinho e Berg.

Muita coisa mudou. Até 1987 o Ceilândia jamais disputara uma competição nacional. A estrutura era semiprofissional. O time se via como algo exótico e demorou para se levar a sério, algo que sómente aconteceu neste século. O Ceilândia atualmente se vê como um clube de futebol.
Hoje o Ceilândia é um time profissional. Disputou a Série B em 1989, chegando na segunda fase. Disputou a C e a D por diversas oportunidades. Não existe nada de exótico na administração dentro e fora de campo. Apesar da estrutura administrativa simples, o time é profissional. O Gato Preto tem uma estrutura física de fazer inveja a times melhor ranqueados.

Em termos orçamentários a distância entre Ceilândia e Botafogo ainda é grande. Esta é hoje uma questão muito importante para o Ceilãndia. Daí a preocupação com o jogo desta quarta ultrapassa as 4 linhas. As despesas para realização do jogo e a pressão por público podem levar a que as contas não fechem.

O custo para realizar o jogo é muito alto! Sabe-se que as despesas do jogos serão custeadas pelos torcedores que pagaram ingresso, aqui excluídos aqueles que receberam o ingresso do patrocinador. O ingresso normal está sendo vendido a 80 reais. Nesse caso seria necessário vender 5.000 ingressos apenas para pagar as despesas com o jogo – Segundo nos foi informado. Olhamos o boletim financeiro de Avai x Ceilandia e ali constava despesa superior a 100 mil para aquele jogo, de modo que não dá para dizer que a afirmação é incorreta).

As buscas por ingresso tem sido boas, mas o risco de prejuízo sempre existe. Vendo de perto é que se percebe que há uma grande distância entre o mundo das fórmulas mágicas e dancinhas das mídias sociais e a crueza das contas que não se pagam sozinhas.
Dentro de campo, são 11 contra 11. O Ceilãndia tem um time experimentado. Sabe que o nível de exigência para vencer um time de Série A é sempre maior. A maior dificuldade reside justamente nesse ponto. Para nós é um nível de exigência que ocorre eventualmente, para eles é um nível de exigência que se repete a toda semana.